Dia-a-dia das mães
Toda mãe é um pouco fera: para criar um filho, hoje em dia, deixa a toca, e, se preciso, vira mesmo bicho.
Não raro tem de enfrentar marido canastrão, cantada de chefe pitbull, papo chiclete de colega garanhão.
Soma-se à correria cotidiana a selva chamada trânsito -- se tiver de ônibus
ou naqueles dias, pior.
Não basta ter peito: é preciso ter leite no peito, ser mesmo uma tigresa, arreganhar as presas, dar patadas de unhas bem abertas, sem dó, pois só assim afasta os perigos.
Ter instinto acurado para pressentir o mal, ou encontrar a cura,
e usar muito a língua para lamber a cria é indispensável.
É neste gesto de afago que ela imprime nos pelos do tigrinho uma marca que nada apagará, o sinal de que será presente mesmo quando ausente, do amor que tem e que ensinará ao filhote ser ele mesmo, sentir confiança para brincar por mais selvagem que a vida venha a ser, de rolar o mundo entre as patas, alegremente, como se ele fosse uma bolinha de papel...
Criei este texto para um cartão em homenagem às minhas amigas-mães e a minha própria em 2006, quando a data caiu no dia 13. Neste ano caiu em 14 de maio, mas o texto segue atual, e a imagem também, já que retratam muito o dia a dia delas...
Toda mãe é um pouco fera: para criar um filho, hoje em dia, deixa a toca, e, se preciso, vira mesmo bicho.
Não raro tem de enfrentar marido canastrão, cantada de chefe pitbull, papo chiclete de colega garanhão.
Soma-se à correria cotidiana a selva chamada trânsito -- se tiver de ônibus

Não basta ter peito: é preciso ter leite no peito, ser mesmo uma tigresa, arreganhar as presas, dar patadas de unhas bem abertas, sem dó, pois só assim afasta os perigos.
Ter instinto acurado para pressentir o mal, ou encontrar a cura,
e usar muito a língua para lamber a cria é indispensável.
É neste gesto de afago que ela imprime nos pelos do tigrinho uma marca que nada apagará, o sinal de que será presente mesmo quando ausente, do amor que tem e que ensinará ao filhote ser ele mesmo, sentir confiança para brincar por mais selvagem que a vida venha a ser, de rolar o mundo entre as patas, alegremente, como se ele fosse uma bolinha de papel...
Criei este texto para um cartão em homenagem às minhas amigas-mães e a minha própria em 2006, quando a data caiu no dia 13. Neste ano caiu em 14 de maio, mas o texto segue atual, e a imagem também, já que retratam muito o dia a dia delas...
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