quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Barulho d'água (Atrevimento)


Atrevimento


Sei que é chover no molhado,
Dizer o que todo dia você ouve,
Talvez com até mais picardia,

Ou de forma mais profunda,

Mas vou me atrever de novo
E observar aqui, quase ingênuo,

Ou se preferir, gentil,

como se fosse sem segundas intenções,
como se fosse inédito, amiga:
Você é tão bela, todos os dias,
E em alguns dias fica ainda tão mais bela,
Que três míseros segundos ao teu lado
Já bastam para nos prender e confundir os sentidos,
Despertam todos os desejos
Entre os quais o de jamais ir embora,
De ficar eternamente ao teu lado --
Se possível, numa ilha deserta!
Trato aqui de uma beleza que não é só a corpórea,
Esta tua, feminina,

Que é apenas o teu complemento:
Refiro-me ao que flui do teu íntimo,
Gratuitamente transborda e molha,
Chega-nos pelo teu olhar, pelo teu sorriso,
Pelo brilho da tua pele, pelo teu abraço;
Ah, mesmo que breve, ou curto, eu curto;
E que, sim, não poderia ser diferente,
Jamais poderia nos pegar a não ser pelo coração...

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Três ou mais linhas de prosa... e de poesia


O velho lago
mergulha a rã--
barulho d´água.

Este blog, cujo nome deriva do haicai de Matsuo Bashô, tem por objetivo a divulgação de crônicas e outros gêneros literários de minha autoria -- consulte também
http://www.poesiafeitaemcasa.blogspot.com e http://www.karumi.nafoto.net, outros trabalhos que assino. A cópia e reprodução dos elementos aqui contidos sem a devida autorização, por escrito, e sem estarem negociados direitos autorais e outras questões comerciais, sujeitarão o infrator a entendimentos com a lei.

Marcelino Lima



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