quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A pelada e os bolos (Barulho d'água)


A "pelada" e os bolos
Foto e texto: Marcelino Lima


Tarde de domingo. Por um instante me divido entre os bolos de minha mãe e a vontade de marcar mais alguns gols. De camarote, fico na torcida, observando o campo da janela da cozinha. À medida em que o cheiro de baunilha se espalha pelo ar, meu time sofre sem pontaria, tem um goleiro horrível, toma chapéu, bola entre as "canetas", erra passe de dois metros, o adversário vai construindo a goleada sem dó contra o bando de perebas que mal sabe cobrar um lateral. Ao final do primeiro tempo, peço dois pedaços. Estão ainda fumegantes, queimo a língua, mas os como correndo: preciso me apressar antes que a bola volte a rolar. Em mais 45 minutos terei de salvar a pátria, então faço o sinal da cruz ao pisar no gramado e entro na "pelada" confiante: vou virar placar enquanto o bolo de laranja que estará assando no forno fica no ponto...

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Três ou mais linhas de prosa... e de poesia


O velho lago
mergulha a rã--
barulho d´água.

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Marcelino Lima



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