(A chegada da Primavera)
Texto e foto: Marcelino Lima
Além dos muros do templo o Sol, quando vai caindo a noite, transforma-se em um disco perfeitamente redondo, de cores vibrantes que moram entre o laranja e o vermelho. Esta configuração celeste, típica da chegada da Primavera, é um sinal para que as crianças saiam das cabanas e nas praças coletivas das respectivas aldeias levem seus dragões para brincar. Os mais velhos trocam presentes como carpas, bonsais, garrafinhas de saquê, motis de folhas de sakura ou de hortência, cortes de finíssima seda para elegantes quiomonos vesti-los nas mais variadas ocasiões, incluindo a passagem para além do sagrado Fuji. Os mais jovens, chegando à mocidade, encontram seus pares, e ali mesmo muitos enlaçam o futuro e inauguram novas familias. Quando a Lua assume o firmamento e o brilho dela espalha-se entre as ruas, iluminando até mesmo o vão entre as pedras do calçamento, toda a comunidade já está em júbilo. Começa, então, o festival de pipas, cuja primazia cabe ao patriarca, orgulhosamente observado pelo caçula dos netos. A pandorga do garoto, estampada com o rosto de um samurai e confeccionada com varetas de jade, sobe em seguida, levada ao firmamento por um invísivel fio de prata, alinha-se à do avô e entre todas as demais. A noite torna-se multicolorida e ainda mais bela a cada novo fogo de artíficio que explode, desenhando crisântemos e gérberas no horizonte. Em silêncio, enquanto dura a celebração, origamis desabrocham e as estrelas, em perfeita harmonia, uma a uma, tornam-se haicais...
Além dos muros do templo o Sol, quando vai caindo a noite, transforma-se em um disco perfeitamente redondo, de cores vibrantes que moram entre o laranja e o vermelho. Esta configuração celeste, típica da chegada da Primavera, é um sinal para que as crianças saiam das cabanas e nas praças coletivas das respectivas aldeias levem seus dragões para brincar. Os mais velhos trocam presentes como carpas, bonsais, garrafinhas de saquê, motis de folhas de sakura ou de hortência, cortes de finíssima seda para elegantes quiomonos vesti-los nas mais variadas ocasiões, incluindo a passagem para além do sagrado Fuji. Os mais jovens, chegando à mocidade, encontram seus pares, e ali mesmo muitos enlaçam o futuro e inauguram novas familias. Quando a Lua assume o firmamento e o brilho dela espalha-se entre as ruas, iluminando até mesmo o vão entre as pedras do calçamento, toda a comunidade já está em júbilo. Começa, então, o festival de pipas, cuja primazia cabe ao patriarca, orgulhosamente observado pelo caçula dos netos. A pandorga do garoto, estampada com o rosto de um samurai e confeccionada com varetas de jade, sobe em seguida, levada ao firmamento por um invísivel fio de prata, alinha-se à do avô e entre todas as demais. A noite torna-se multicolorida e ainda mais bela a cada novo fogo de artíficio que explode, desenhando crisântemos e gérberas no horizonte. Em silêncio, enquanto dura a celebração, origamis desabrocham e as estrelas, em perfeita harmonia, uma a uma, tornam-se haicais...
Um comentário:
Marcelino
Primeiro emudeci com a beleza da foto. Que instante mágico foi este em que captou o sol não com a força do vermelho, do amarelo, que nos amedrontam com sua força, mas um sol terno, cor-de-rosa que só um poeta como você consegue ver? Parece até que ele marcou um encontro com você naquele preciso instante.Pois não se mostra assim a qualquer um...
E o texto? Um poema com imagens tão ternas e tão repletas de afeto quanto a foto. Parabéns!
Postar um comentário