Pintura de Sullivan Gaspar retrata cena de Rio Manso região de Itajubá, ao Sul de MG |
(reedição de 14 de novembro de 2007)
Cidadezinha
A igreja do santo
padroeiro no centro da pequena praça.
Um prédio antigo, sede do Paço Municipal.
Mais dois ou três edifícios públicos, misturados ao pequeno comércio.
A escolinha
lá no alto do morro, caminho para o cemitério.
Poucas casas de portas altas,
coloridas e de janelões, com uma simpática vovó numa delas.
A mesma rua que
entra, é a que sai.
Distrito policial não tem.
Clube, também não.
Bancos, para
quê?
Um cavalo amarrado numa árvore ruminando o tempo.
Cães magrelos
perambulando a esmo.
Frajola toscanejando lá no telhado.
Cianças brincando de
qualquer coisa.
Um ônibus poeirento parado no ponto, partida às nove, volta às
dezenove -- nunca pontuais, pois pressa ali ninguém demonstra.
Uma placa
enferrujada indicando o rumo a tomar para a Capital.
Um cartaz no poste
anunciando o baile no município vizinho, colado por cima do retrato risonho do,
agora, governador do Estado.
Esta cidade não existe, mas pode apostar: é igual a
tantos outros pacatos lugarejos perdidos por aí pelos quais todos um dia já
passamos.
E deixamos para trás nostálgicos, pensando em adotá-los para o resto da vida...
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