Lâmpadas de ouvido
Um rapaz, parado na calçada que separa ambas as pistas da avenida, espera o sinal ficar verde para ele atravessar. Aproximavam-se as sete badaladas da matina. A primeira coisa que vi dele, a cerca de cem metros de distância, o discretíssimo par de fones de ouvido, guardavam a forma de grandes círculos amarelos, tais quais duas lâmpadas incandescentes acesas; poderiam ser, também, o amigo Sol que até aquele instante não havia aberto a janela do quatro, aparecido ao menos para dar um bocejo, espreguiçar-se. Do mesmo ponto de observação pude ouvir as pancadas que a atual geração classifica como sendo música, ribombando...
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