Mangas
Tem tesão de babar pela minha bunda.
Diz-me que foi feita à mão.
Por ela, sempre, começamos a farra,
por trás é que, primeiro, ele me traça.
Morde-a, acaricia-a, beija-a, se esfrega,
enquanto a penetra nem sequer resfolega.
Inteirão, lá dentro, se afunda,
reviro os olhos, sinto uns troços,
viro um traço, fico prestes a ter um treco;
ele, frenético, cutuca-me,
vai fundo até que minha cuca se funda:
caimos para o lado, eu semidesfalecida, ele triunfal.
Ah, como eu grito e gemo,
e sinto-lhe o gozo, e gozo, melhor: relaxo.
Ainda dardejante, sem pulso, pulso além da mais longínqua galáxia;
deitada em seu peito trasmuta-me em concha, saciada,
a repousar em abissais e azuladas águas profundas.
Acendo-lhe o cigarro,
juntos o fumamos, gargalhamos, choramos,
isto sim é que é sarro!
Enquanto trago, e tramo, pensamentos bizarros,
etéreo, Meu Amor se refaz expelindo círculos de fumaça:
dentro em breve, mal ele sabe, serei mais ainda devassa,
quererei um orgasmo que me mate e me nasça de novo,
pedaço por pedaço,
até rever-me usando meu primeiro vestido cor-de-rosa,
sem nada, sem nadinha por debaixo,
trepada no galho mais alto, colhendo avermelhadas mangas,
atirando-me ao rapazinho ávido por mim ao pé da árvore,
mastro em riste, o calção azul já joelhos abaixo,
maliciosamente comparando o volume, a forma,
o sabor da fruta com os das minhas tenras nádegas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário