Luas trocadas
Com minhas luas trocadas --
boa tarde, ao invés de bom dia --
leio incrédulo,
sentindo uma dor tonta
que não dói nem pára de encher o saco:
-- Adeus, Maluco Beleza!
Que porra!
Sinto então vontade de chamar um avião,
e ir para o céu alegre
porque, agora sim,
aquele porto deve estar bom,
uma verdadeira sociedade alternativa,
sem ideologia,
e, John, com o perdão do trocadalho,
religião também,
uma verdadeira sociedade alternativa,
no mínimo muitas vezes melhor,
que esta terra que já parou
há mais de dez mil anos atrás
de amar e sonhar,
que este Brazil alugado,
boa tarde, ao invés de bom dia --
leio incrédulo,
sentindo uma dor tonta
que não dói nem pára de encher o saco:
-- Adeus, Maluco Beleza!
Que porra!
Sinto então vontade de chamar um avião,
e ir para o céu alegre
porque, agora sim,
aquele porto deve estar bom,
uma verdadeira sociedade alternativa,
sem ideologia,
e, John, com o perdão do trocadalho,
religião também,
uma verdadeira sociedade alternativa,
no mínimo muitas vezes melhor,
que esta terra que já parou
há mais de dez mil anos atrás
de amar e sonhar,
que este Brazil alugado,
e que agora (suprema cagada)
ameaça collorir-se...
ameaça collorir-se...
E colloriu-se, todos sabem. O poema foi escrito no dia em que Raul Seixas morreu. A gente ia votar para Presidente depois de quase três décadas e um tal "Caçador de Marajás" estava na parada naquela época.
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