A poesia é loira
A poesia é uma loira linda
daqueles tipos de anúncio de lingerie
de olhos castanhos e boca carnuda
com jeito amoroso e seios fartos
trajando pantalona preta com um corte em vê
de olhos castanhos e boca carnuda
com jeito amoroso e seios fartos
trajando pantalona preta com um corte em vê
-- invertido na altura das canelas --
botas de canos curtos
blusa verde musgo que deixa à mostra
apenas uma silhueta do busto
no qual se assenta delicado pingente
em formato esférico azul turquesa
sentada num domingo à tarde
à mesa de um café de shopping
botas de canos curtos
blusa verde musgo que deixa à mostra
apenas uma silhueta do busto
no qual se assenta delicado pingente
em formato esférico azul turquesa
sentada num domingo à tarde
à mesa de um café de shopping
à espera da sessão das 16 horas --
ela mesma uma atriz saída das telas.
Eis porque desejo a poesia
ela mesma uma atriz saída das telas.
Eis porque desejo a poesia
e a busco com todas as veias
e fibras e músculos do meu coração
e haverei de querê-la sempre
até o último quadro de minha vida
quando já subirem os créditos
e haverei de querê-la sempre
até o último quadro de minha vida
quando já subirem os créditos
antes do derradeiro suspiro que antecede o the end.
Nenhum comentário:
Postar um comentário