Desimportância
Coisa mais sem graça esta mania de mensagem móvel.
O chofer para o carrinho defronte ao portão da casa,
liga os trens, e os alto-falantes gritam umas frases sem sentido,
a vizinhança enxerida corre para ouvir, sai às janelas, espiando.
Pura papagaiada, invenção de quem não se ocupa com a cabeça,
de quem não tem panelas para limpar, ausente de vassouras.
Dona Isabel não acha. Negra forte, outro dia chorou demais,
comovida feito criança que ganha boneca de corda,
realizada com o mimo feito pela filharada, netos e bisnetos.
Presente de setenta anos, com direito a Roberto Carlos ao fundo.
Foi o assunto da missa, até o padre falou na homilia.
Todo mundo olhando, aquele meio-risinho besta ns caras, ai, ai.
Eu teria morrido em vexame, enfiado-me debaixo dos bancos,
o Glorioso que depois me perdoasse tamanho agravo.
(...)
É, acho que estou precisando contrair desimportância.
Daquelas que contaminam até a medula, cura nem no estrangeiro.
Coisa mais sem graça esta mania de mensagem móvel.
O chofer para o carrinho defronte ao portão da casa,
liga os trens, e os alto-falantes gritam umas frases sem sentido,
a vizinhança enxerida corre para ouvir, sai às janelas, espiando.
Pura papagaiada, invenção de quem não se ocupa com a cabeça,
de quem não tem panelas para limpar, ausente de vassouras.
Dona Isabel não acha. Negra forte, outro dia chorou demais,
comovida feito criança que ganha boneca de corda,
realizada com o mimo feito pela filharada, netos e bisnetos.
Presente de setenta anos, com direito a Roberto Carlos ao fundo.
Foi o assunto da missa, até o padre falou na homilia.
Todo mundo olhando, aquele meio-risinho besta ns caras, ai, ai.
Eu teria morrido em vexame, enfiado-me debaixo dos bancos,
o Glorioso que depois me perdoasse tamanho agravo.
(...)
É, acho que estou precisando contrair desimportância.
Daquelas que contaminam até a medula, cura nem no estrangeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário