Cidadezinha
A igreja do santo padroeiro no centro da pequena praça, um prédio antigo, sede do Paço Municipal, mais dois ou três edifícios públicos misturados ao pequeno comércio, a escolinha lá no alto do morro, indo para o cemitério, poucas casinhas de portas altas, coloridas e de janelões, com uma simpática vovó numa delas, a mesma rua que entra, é a que sai. Distrito policial não tem. Clube, também não. Bancos, para quê? Um cavalo amarrado numa árvore ruminando o tempo, cães magrelos perambulando a esmo, Frajola toscanejando lá no telhado, crianças brincando de qualquer coisa. Um ônibus poeirento parado no ponto, partida as nove e volta as dezenove -- nunca pontuais, pois, pressa ali ninguém demonstra. Uma placa enferrujada indicando o rumo a tomar para a Capital, um cartaz no poste anunciando o baile no município vizinho, colado por cima do retrato risonho do, agora, governador do Estado. Esta cidade não existe. Mas pode apostar: é igual a tantos outros pacatos lugarejos perdidos por aí pelos quais todos um dia já passamos. E deixamos para trás nostálgicos, pensando em adotá-los para viver...
A igreja do santo padroeiro no centro da pequena praça, um prédio antigo, sede do Paço Municipal, mais dois ou três edifícios públicos misturados ao pequeno comércio, a escolinha lá no alto do morro, indo para o cemitério, poucas casinhas de portas altas, coloridas e de janelões, com uma simpática vovó numa delas, a mesma rua que entra, é a que sai. Distrito policial não tem. Clube, também não. Bancos, para quê? Um cavalo amarrado numa árvore ruminando o tempo, cães magrelos perambulando a esmo, Frajola toscanejando lá no telhado, crianças brincando de qualquer coisa. Um ônibus poeirento parado no ponto, partida as nove e volta as dezenove -- nunca pontuais, pois, pressa ali ninguém demonstra. Uma placa enferrujada indicando o rumo a tomar para a Capital, um cartaz no poste anunciando o baile no município vizinho, colado por cima do retrato risonho do, agora, governador do Estado. Esta cidade não existe. Mas pode apostar: é igual a tantos outros pacatos lugarejos perdidos por aí pelos quais todos um dia já passamos. E deixamos para trás nostálgicos, pensando em adotá-los para viver...
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